Dados do Trabalho
Título
Vigilância participativa: caminhos para a Saúde Única no Pantanal e na fronteira Oeste
Introdução
Em 2020, o Pantanal sofreu dramáticos incêndios florestais que resultaram em importante perda de biodiversidade, insegurança alimentar, doenças respiratórias, traumas e distúrbios psicológicos na população de comunidades tradicionais. Quando em equilíbrio, áreas naturais de grande biodiversidade como o Pantanal exercem o efeito de diluição na transmissão de patógenos. Os desequilíbrios causados pelo avanço das fronteiras agrícolas e incêndios florestais podem facilitar a emergência de patógenos na região. Diante do exposto, entende-se que o fortalecimento de estratégias participativas para a saúde, com envolvimento de comunidades, setores produtivos locais, pesquisadores e gestores, é estratégico para a restauração ambiental e construção de modelo de vigilância, prevenção e controle de doenças baseada em conceitos como o de “Saúde Única”.
Objetivo (s)
O objetivo do estudo foi discutir diferentes aspectos do impacto dos incêndios no bioma Pantanal; ampliar o uso do Sistema de Informação em Saúde Silvestre (SISS-Geo) para o monitoramento da fauna e construir soluções a partir da ciência cidadã e Saúde Única.
Material e Métodos
O “webinário” realizado em 2021, apresentou o projeto aos diversos segmentos e setores regionais. Em 2022 realizou-se Seminário presencial em Campo Grande e Corumbá, MS, abordando estudos sobre as queimadas no Pantanal, vigilância participativa, além da oficina de treinamento para o SISS-Geo. Duas expedições foram realizadas (2022-2023) com atividades presenciais em comunidades ribeirinhas e quilombolas dos estados de Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS), escolhidas a partir de critérios de extensão dos incêndios e a perda de biodiversidade. As expedições contaram com seminários locais para gestores de saúde, ambiente e diversos órgãos, professores, estudantes e profissionais de Organizações Não Governamentais e oficinas com comunidades tradicionais, aldeias indígenas e quilombos sobre a relação da saúde silvestre e humana, treinamento para o uso e formação de multiplicadores do SISS-Geo. Além disso, materiais educativos foram entregues e utilizados nas dinâmicas, pois representam a devolutiva imediata às comunidades.
Resultados e Conclusão
O webinário apontou a necessidade de eventos com a ampla participação de lideranças nos territórios atingidos pelo fogo.A representatividade dos segmentos possibilitou a articulação de cidadãos e gestores locais, com a sensibilização de cerca de 1500 pessoas no território.A adoção do SISS-Geo como ferramenta para vigilância participativa foi positiva.
Palavras Chave
Zoonoses; Incêndios; Biodiversidade; Ciência cidadã; Vigilância em Saúde Pública; Saúde Única
Área
Eixo 17 | 3.Vigilância em saúde - Vigilância Participativa/Comunitária
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Jessica Andrade de Oliveira, Alexsandra Rodrigues de Mendonça Favacho, Raquel Soares Juliano, Lucas França de Barros, Pedro Arthur Correa Zeno, Tatiane Amorim de Matos, Antônio Francisco Malheiros, Maria Ogrzewalska, Alex Pauvolid-Corrêa, Aiesca Oliveira Pellegrin, Mácia Chame