Dados do Trabalho


Título

Panorama da Esporotricose no Município de Corumbá-MS

Objetivos(s)

<p>Descrever como a doença tem sido observada ao longo dos anos, as medidas implantadas pela gestão&nbsp;municipal, além de atualizar informações sobre casos clínicos compatíveis com esporotricose felina e o número de casos diagnosticados em humanos, no período de 2021 a 2023.</p>

Relato do Caso

<p>A esporotricose humana e animal têm sido noticiadas em Corumbá (MS), desde 2011; em 2019 foi finalizado um estudo sobre a ocorrência de casos em felinos, demonstrando o aumento de casos a partir de 2017. Diante disso, foi publicada uma nota técnica pela Secretaria Municipal de Saúde, em 2019, realizados eventos técnicos e divulgação em mídias locais para&nbsp;um público amplo e diverso. Isso foi determinante para solicitar a notificação dessa zoonose, mobilizar a vigilância epidemiológica, estabelecer o encaminhamento de amostras humanas para o Laboratório Central (LACEN-MS) e disponibilizar a medicação para tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). A Secretaria de Saúde tem notificado&nbsp;os casos suspeitos de esporotricose felina, encaminhados&nbsp;ao centro de controle de zoonoses (CCZ), para eutanásia, &nbsp;mas os médicos veterinários autônomos não têm notificado os casos. Um total de 856 gatos (199 em 2021; 337 em 2022 e 320 em 2023) foram eutanasiados. A maioria eram machos com até um ano de idade. Em 2021, a média do número de casos por bairros foi 14,2 e três bairros tiveram resultados acima da média. Em 2022 e 2023 as médias foram 10,4 e 10,7, respectivamente, e 11 bairros tiveram números de casos acima da média e surgiram&nbsp;casos na zona rural, sugerindo expansão da área de ocorrência da doença. Tal fato é bastante preocupante, tendo em vista as especificidades das áreas fronteiriças com a Bolívia e a interface humano-ambiente-animais, presentes no município. No mesmo período foram notificados 39 casos de esporotricose em humanos (22 em 2021; 11 em 2022 e 6 em 2023), mas a notificação de casos humanos é feita exclusivamente pelo SUS e não tem sido comunicada pelos médicos particulares.</p>

Conclusão

<p>O número de casos de esporotricose felina &nbsp;apresentou decréscimo, mas a área de ocorrência expandiu. O número de casos em humanos foi decrescente no mesmo período.&nbsp;Embora tenha ocorrido um avanço no conhecimento dessa zoonose, não ter o&nbsp;diagnóstico no município e a subnotificação de casos humanos e animais, são limitantes para construção de estratégias de controle assertivas com base na realidade local.&nbsp;Sugere-se priorizar&nbsp;soluções para esses desafios para promover melhorias nas políticas públicas de atendimento dessa zoonose.</p>

Área

Eixo 12 | 1.Micoses humanas e veterinárias - Esporotricose

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Walkiria Arruda da Silva, Beatriz Silva Assad, Alexandre Vasconcelos Cavassa, Maria Verginia Rodrigues da Conceição, Raquel Soares Juliano